quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Quando o povo cigano acampou na minha vida - Depoimento de Tânia Durão



A oraculista, terapeuta holística e minha eterna mestra, Tânia Durão, pela primeira vez revela em um blog como começou a se dedicar ao Baralho Cigano. 

O Mente Cigana agradece muito a confiança e o carinho de nos dar a honra de divulgar esse emocionante relato.

Leia abaixo com atenção!

Quando o povo cigano acampou na minha vida


Paixão!!! Foi a paixão por um homem que me levou ao povo cigano. Me apaixonei por um cliente, o que me assustou muito, uma vez que sou super caxias no meu trabalho e altamente racional. Mas a verdade é que eu ficava imensamente feliz quando ele chegava a entristecida quando ele ia embora. E nem vou falar do sorriso dele...

Eu acordava pensando nele, ia dormir pensando nele e, o pior, sonhava com ele. Um desses sonhos foi tão real e tão marcante que recorri a uma amiga umbandista e que joga o baralho cigano. No final da consulta ela se sentiu mal e logo pensei: "Meu Deus, eu devia estar tão carregada, que ela absorveu a minha negatividade para me harmonizar". Este pensamento já me deixou tensa. Em seguida ela incorporou a minha cigana espiritual, cujas primeiras palavras foram:

"Boa noite, moça, o meu nome é Madalena, eu sou SUA cigana e não desta moça por onde estou falando, ela só me deu passagem para falar" - Se antes eu estava tensa, imagina o meu susto. 

E Madalena prosseguiu:

"Vim para te dizer que estou cansada de esperar e te dou 12 luas (um ano) para começar a ler as cartas!!" - Pavor total e silêncio absoluto, pelo susto, pela novidade (imposta) e pelo medo da responsabilidade que teria pela frente. Fiquei até tonta, mesmo assim me esforcei a perguntar de onde nos conhecíamos. 

A resposta foi implacável: 

"Me responda você!" Timida e completamente intimidada arrisquei: Espanha.
"viu como você sabe??? Moça, você era da corte espanhola e eu sempre fui cigana, mas na época das espadas eu lia a sua mão. Se você gostasse do que ouvia, me recompensava bem. Mas se não gostava, você me enxotava." Fiquei estarrecida, 1º por ter acertado e 2º pelo meu (mal) comportamento na "época das espadas".

Madalena, com o dedo em riste e muito séria, prosseguiu com as suas ordens: que o seu punhal seria prateado, que o mesmo ficaria sobre a mesa e não sobre a taça e que ela não autoriza bebida alcoólica, sob hipótese alguma, na hora da consulta, que eu deveria comprar um baralho e que o resto era com ela - Fiquei sem chão...e sem respiração.

Mesmo perplexa, consegui perguntar se eu devia cobrar. A resposta não poderia ser diferente, foi bombástica e me acertou em cheio. 

"Moça, nós, ciganos, trocamos pano, chá, açúcar...vocês querem trocar papel! Se chegar alguém até você sem papel, você vai atender!" Fiquei sem ação e... sem mais perguntas. 

Então veio a explicação do homem pelo qual eu estava apaixonada. Eu vivia na corte, era casada e tive um caso com este homem, que não pertencia a corte espanhola. O meu marido soube e na época da espada, o meu amante foi morto a facadas em uma emboscada" Pronto!! Meu mundo caiu de vez.

Saí da consulta chocada e mexida pelas informações e pelo dever de cumprir o que foi determinado. Fiz o curso de baralho cigano, li os livros que estavam disponíveis e comecei a praticar. Levei um ano inteiro lendo As Cartas Ciganas (sem trocar papel) até me sentir segura internamente para ser uma cartomante. 

Tempos depois comecei a ensinar As Cartas Ciganas para algumas amigas e, de repente, em uma bela noite, a apostila veio inteira na minha Mente Cigana. Eu já estava deitada e me levantei para escrever, como sempre acontece, as minhas inspirações só chegam a noite (e bem tarde), um tormento, pois costumo me sentir uma zumbi no dia seguinte. Rsrs

Comecei a fazer dança cigana, onde me sentia uma cigana de verdade, pois esta é a minha essência. Adoro viajar, andar sem rumo (e descalça), além de amar a minha liberdade. 

Logo após vieram o blog AS CARTAS CIGANAS e a página no facebook com o mesmo nome, onde posso compartilhar os meus conhecimentos e fazer contato com as pessoas. 

Hoje frequento um grupo espiritual cigano, onde tive a alegria de saber que já fui uma cigana, na Espanha, é claro. Neste grupo começo a me aprofundar nos ensinamentos deste povo tão querido. 
 
Quanto ao homem da época das espadas, não rolou nada nesta encarnação atual, embora eu percebesse claramente que ele também sentia uma forte atração por mim. Enfim, cada um seguiu o seu caminho pelas estradas da vida e nunca mais o vi, afinal ele é apenas uma gadjô (homem não cigano).

Agradeço a este homem, por ter sido o veículo para eu me reconectar a minha essência. Agradeço a Fátima por ter lido as cartas para mim, por permitir que a minha cigana espiritual falasse através dela e por me conduzir ao caminho certo que minha alma deveria trilhar. Agradeço a Madalena pelas orientações e por já ter se apresentado em sonho, quando eu senti medo. Neste sonho ela me deu a carta do coração e disse que eu deveria jogar o resto no lixo - foi o que eu fiz. 

A questão não é quando o povo cigano acampou na minha vida. Na verdade eu nunca saí do acampamento, embora tenha tomado um atalho... Me sinto feliz por fazer parte deste povo cheio de alegria e repleto de paixão. 

Tânia Durão

E AÍ CURTIU ESSE DEPOIMENTO? Saiba que o próximo poder ser o seu... Basta fazer como Tânia Durão, envie sua história sobre como o povo cigano acampou na sua vida para mentecigana@gmail.com

3 comentários:

  1. Anna Cecília e Mariana,

    Obrigada pela oportunidade de contar a minha estória, relembrar de como me reconectei a minha essência e por sentir, novamente, as mesmas emoções.

    Ainda estou mexida, porém feliz. O trabalho sério de vocês me deixou a vontade para deixar a alma falar.

    Que venham outras estórias.

    Beijos no coração.

    ResponderExcluir
  2. Tania, fiquei mesmo muito emocionada. Que história linda. Não tenho dúvidas que muitas coisas e pessoas em nossas vidas estejam predestinadas. Um beijo e muito obrigada por compartilhar conosco.

    ResponderExcluir